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terça-feira, 7 de agosto de 2018

12 Anos da Lei Maria da Penha


Há dias venho acompanhando o caso trágico do desaparecimento da policial militar Juliane dos Santos Duarte, de 27 anos.
Uma policial homossexual que segundo informações desapareceu na comunidade de Paraisópolis na madrugada do dia 02 de agosto e que teve seu corpo encontrado ontem a noite em um porta malas de carro.
Tenho lido muitos comentários em diversas publicações cheias de animosidades e comparações entre a morte de Juliane e Marielle, gerando todos os tipos de discussões.
O que me choca e entristece ao mesmo tempo é o véu que se tem colocado a frente dos olhos, os títulos que antecedem e decidem a maior ou menor importância de uma vida. Juliane era policial e Marielle uma ativista, duas mulheres lésbicas e que cada uma a sua maneira foram pessoas importantes para a sociedade. Dois seres humanos. Duas mulheres assassinadas. Crimes diferentes decorrentes de fatores diferentes, tendo suas vidas e mortes colocadas à competição de maior ou menor importância.
O que tem que se priorizar é que ambas merecem nosso respeito e nossa atitude de cobrar das autoridades que os responsáveis não fiquem impunes, além de reivindicar a reformulação dessa droga de Código Penal que temos em nosso país.
Levantar conflitos a partir de situações diferentes não nos leva a nada e só aumenta a dor de toda uma família, não apenas dessas duas mulheres, mas de várias outras famílias de mulheres assassinadas ou que sofrem violências.
As duas foram mortas brutalmente, as duas merecem respeito, as famílias delas merecem respeito. Tentar padronizar mortes e incitar conflitos não é só desrespeitoso, é também desumano. É preciso união para que crimes como estes e tantos outros contras as mulheres não aconteçam mais.
Todas as vidas são importantes e todos os responsáveis por estes crimes, assim como tantos outros, devem ser punidos!
Hoje, a Lei Maria da Penha completa 12 anos, mas o que temos para comemorar diante de tantas mulheres mortas ou que sofrem abusos, violência doméstica, assédio moral e sexual em seus locais de trabalho? O feminicídio bate na porta de todas as mulheres brasileiras.
Meus sinceros sentimentos aos familiares, amigos e à corporação da polícia militar.

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